Três erros ocultos na migração para a Nuvem (e como evitá-los)

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Três erros ocultos na migração para a Nuvem (e como evitá-los)

A essa altura você já deve ter sido pressionado a migrar os seus sistemas (Oracle, SAP, entre outros) para a nuvem sob os mais variados argumentos. Possivelmente, você até desejará ir para a nuvem em algum momento, o fato é que quem tem que traçar esse cronograma é você, não o seu fornecedor. No entanto, não é novidade que essa migração pode gerar imprevistos, principalmente, quanto a custos não previstos. Foi pensando nisso que Robert Freeman (Sr. Director, Tech Delivery) e Mark Smith (Regional Manager, Tech Delivery) da Rimini Street se reuniram para abordar como a empresa pode evitar os erros mais comuns ao migrar para a nuvem, tornando essa jornada mais fácil, tranquila e econômica.

Segundo Mark e Robert, as principais falhas que alguns clientes enfrentam ao migrar para a nuvem estão relacionados à falta de testes adequados dos projetos, que podem resultar em atrasos, custos adicionais e até mesmo na necessidade de replanejar toda a jornada. Estar ciente desses desafios é crucial ao considerar uma migração para a cloud.

Para Mark, é interessante notar que esses erros podem se aplicar a movimentos para nuvem privada, grandes mudanças de infraestrutura e transições de ambientes físicos para virtualizados. Esses desafios também podem ser relevantes ao mover componentes de aplicativos entre diferentes provedores de infraestrutura.

Latência

Um dos itens abordados são os perigos do uso de nuvem híbrida, especialmente em relação à latência. É importante entender os desafios que os clientes enfrentaram ao tentar mover uma camada de banco de dados para um provedor de nuvem enquanto mantinham a camada de aplicativos em outro provedor de nuvem ou, mais frequentemente, em infraestrutura local. É crucial considerar a latência ao mover diferentes partes de um sistema para ambientes de infraestrutura distintos. Essa é definitivamente uma consideração importante ao planejar uma migração para a nuvem.

Para Mark, isso é um exemplo interessante das dificuldades que podem surgir ao separar as camadas de um sistema entre diferentes ambientes de infraestrutura. A situação destaca como a latência pode impactar significativamente o desempenho, especialmente quando partes do sistema estão distribuídas entre a nuvem e infraestrutura local. Isso destaca a importância de uma visão abrangente ao lidar com desafios de latência e conectividade em ambientes híbridos ou distribuídos.

Segundo Robert, os provedores de nuvem estão cientes desse problema e estão oferecendo soluções para lidar com a latência, como o Megaport Cloud Router, AWS Global Accelerator e redes de entrega de conteúdo, como o CloudFront. No entanto, há uma preocupação em relação aos custos adicionais que essas soluções podem acarretar. De fato, as despesas adicionais podem alterar significativamente o valor percebido da nuvem para as empresas, tornando uma solução que parecia atraente inicialmente menos interessante financeiramente.

Provisionamento de IOPS

Na opinião de Robert, outro desafio significativo que, muitas vezes, não é claramente compreendido por aqueles que estão migrando para a nuvem é a necessidade de armazenamento e provisionamento de IOPS. A determinação do IOPS está relacionada ao tipo e número de dispositivos de armazenamento alocados para a instância em uso, algo que pode estar escondido na documentação dos provedores de nuvem.

Além disso, é importante considerar a possibilidade de “bursting”. Segundo o especialista, muitos provedores de nuvem permitem o “bursting” de IOPS por um curto período ou até certo número de bytes. No entanto, é crucial compreender as limitações desse critério, pois os resultados dos testes realizados durante esses momentos podem não refletir o desempenho real em produção.

Para bases de dados Oracle, é fundamental realizar testes completos de IOPS, incluindo leituras e gravações de blocos únicos e múltiplos, bem como leituras e gravações concorrentes. Os testes devem refletir as condições típicas de carga esperadas em produção e considerar os impactos do “bursting” e do compartilhamento de dispositivos. Compreender e planejar adequadamente os requisitos de IOPS desde o início é essencial para garantir o desempenho ideal das aplicações na nuvem.

Testes, muitos testes

Está claro que os testes funcionais por si só podem não ser suficientes para garantir uma implementação de produção bem-sucedida na nuvem. Para Mark, a falta de testes de carga ou volume, bem como testes para vários cenários e conexões de aplicativos, pode levar a problemas de desempenho e à necessidade de retroceder nas implementações de produção.

A constatação de que as migrações para a nuvem envolvem mais do que apenas operações lift-and-shift é importante. O planejamento e os testes abrangentes são componentes essenciais de uma estratégia de migração bem-sucedida. Os testes de carga e volume, em particular, são essenciais para compreender o desempenho do ambiente de nuvem sob cargas de trabalho e padrões de uso realistas.

Segundo Mark é lamentável ouvir falar de clientes que tiveram que voltar atrás em suas implementações de produção devido a problemas de desempenho que poderiam ter sido resolvidos anteriormente por meio de planejamento e testes adequados.

Assista abaixo o bate-papo completo sobre os três principais erros para evitar na migração para a nuvem: